RETORNAR ÀS NOTÍCIAS - PS assume investigação aos ministros do PS no caso TAP (mas queria que fosse o Chega)


03-02-2023 17:00h Vários

 

O Grupo Parlamentar do PS esclarece que viabilizará a proposta de inquérito parlamentar do BE sobre a TAP através da abstenção, corrigindo a posição assumida no Parlamento pelo deputado socialista Carlos Pereira.

Numa nota enviada à agência Lusa, após as “notícias vindas a público”, a bancada socialista afirma ter sido “um lapso” e nota que “não mudou de opinião face à Comissão de Inquérito Parlamentar proposta pelo BE”.

Assim, os socialistas vão “passar” a proposta do BE abstendo-se, votando contra uma proposta semelhante do Chega.

PS defendia presidência da Comissão para o Chega

Esta Comissão de Inquérito à gestão da TAP vai também ser liderada pelo PS, embora de forma contrariada, como explica o líder da bancada dos socialistas, Eurico Brilhante Dias, em declarações citadas pelo Diário de Notícias (DN).

 

As presidências das Comissões de Inquérito têm sido distribuídas conforme o peso dos grupos parlamentares. Seguindo o método de distribuição habitual, havia um empate entre Chega e PS.

Nestes casos, “o desempate tem sido resolvido até agora pelos serviços da Assembleia da República dando prioridade ao grupo parlamentar com mais presidências, mais deputados“, refere Brilhante Dias, notando que foi, deste modo, que o PS ficou com a presidência da Comissão.

O líder da bancada parlamentar do PS nota, contudo, que o seu partido defende que se devia “dar prioridade aos que têm menos eleitos” e que “a presidência seria do Chega”.

Contudo, o PS assume a Comissão para não tornar “uma questão procedimental em questão política“, como constata ainda Brilhante Dias.

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Os restantes partidos alegaram também que se deveria manter o método seguido até agora e que depois se deveriam definir novas regras para a próxima legislatura, como realça o DN.

“PS só quer salvar o ministro das Finanças”

Os principais alvos da investigação parlamentar em torno da TAP vão ser o actual ministro das Finanças, Fernando Medina, o seu antecessor, João Leão, e o ex-ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos.

Durante o debate no Parlamento em torno da criação desta Comissão, o deputado do PSD Hugo Carneiro acusou o PS de ter um “único propósito” neste âmbito, referindo que só pensa em “salvar o ministro das Finanças”.

O objectivo do Bloco de Esquerda com esta Comissão é “romper com o vício da negação e do esquecimento, trazer transparência à gestão da TAP, apurar responsabilidades e reverter decisões que ofendem os trabalhadores e que lesam o interesse público”, como disse a deputada Mariana Mortágua no Parlamento.

“Uma coisa é um esquecimento, outra é o estado de negação a que chegou a maioria absoluta de António Costa”, concluiu Mortágua sobre os últimos casos envolvendo a TAP.

   ZAP // Lusa

 

02/02/2023