RETORNAR ÀS NOTÍCIAS - Há empresas a oferecer o salário mínimo a engenheiros. 52% dos trabalhadores qualificados recusam ofertas devido aos ordenados


02-12-2021 17:46h Vários

 

Há ofertas de emprego que prometem apenas o salário mínimo a engenheiros. Segundo avança o Correio da Manhã, um empregador em Estremoz paga apenas 685 euros, sem exigir experiência.

Já em Baião, há uma oferta que exige experiência mínima de seis meses e paga 700 euros. Existem também ofertas de part-time que pagam 350 euros por três horas de trabalho diárias.

Carlos Mineiro Aires, bastonário da Ordem dos Engenheiros, considera estes salários “degradantes”. “Estamos sempre a escrever ao IEFP para alertar para estas ofertas de emprego”, revela ao CM.

O bastonário afirma que esta situação não é exclusiva do sector privado. “É um problema que não se vive só nas engenharias, é em todas as áreas. O Estado, nos níveis de remuneração baixa, paga melhor que os privados. Mas nos níveis de remuneração média e alta, os privados pagam muito melhor”, frisa.

O facto de 8 mil novos estudantes entrarem na área da Engenharia anualmente também não explica estes valores para Carlos Mineiro Alves, que considera que o excesso de mão de obra não é a razão, mas antes que os baixos salários são um “problema estrutural do país”.

E parece que são mesmo. O Guia do Mercado Laboral 2022 da consultora de recrutamento especializado Hays, publicado recentemente, analisou as respostas de 2864 profissionais qualificados e 901 empregadores a um inquérito online anónimo feito em Outubro.

Apesar de 84% dos empregadores querer contratar no próximo ano – o valor mais alto desde o primeiro relatório da Hays, em 2011 – 44% dos trabalhadores dizem já ter recusado ofertas este ano. No ano passado, este valor tinha sido de 38%.

salário é a principal razão para recusa, de acordo com 52% dos inquiridos. Esta percentagem subiu, já que o valor era de 49% em 2020. Seguem-se o desinteresse no projecto (30%) e o desacordo relativo às condições propostas no contrato (26%).

O maior desafio na gestão de recursos humanos foi a atracção e retenção de talento, sendo este um problema comum a 44% dos empregadores. A motivação dos trabalhadores foi referida por 39% dos inquiridos.

Os perfis que vão ser mais procurados em 2022 são da área das tecnologias de informação (32%), seguindo-se os engenheiros (30%) e os comerciais (29%).

zap aeiou

02/12/2021