A investigação começou em 2014 e Salgado recebeu a medida de coação um ano depois e acusação só foi deduzida em Junho de 2020. No total, foram sete anos até que o processo do Caso BES chegasse à fase de instrução.
O prazo para o requerimento acaba esta Quarta-Feira, segundo avança o Correio da Manhã, mas Ricardo Salgado ainda não contestou o despacho. O ex-presidente do Banco Espírito Santo poderá fazê-lo na Segunda-Feira, mas será multado.
Salgado já tinha avançado com um recurso que pede o adiamento de 14 meses do prazo para requerer a instrução, mas o pedido foi negado pelo juiz Carlos Alexandre.
O CM explica que o objetivo de Salgado é ganhar tempo até que o Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa seja incorporado no Tribunal Central e assim evitar o sorteio 50/50 entre os juízes Carlos Alexandre e Ivo Rosa, os únicos magistrados do conhecido “Ticão”.
Ricardo Salgado não quer que seja Carlos Alexandre a decidir se o processo BES deve ir a julgamento e pode até pedir um pedido de recusa do juiz, se o sorteio avançar e o eleito for Carlos Alexandre.
No final de Setembro, o Tribunal Central de Instrução Criminal vai ser fundido com o Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa e haverá já nove juízes em condições de comandarem casos complexos, o que aumenta as probabilidades de não sair Carlos Alexandre a Salgado.
Recorde-se que a defesa de Ricardo Salgado recentemente usou um parecer médico noutro caso a alegar que o ex-banqueiro apresenta sinais de senilidade. No processo BES, Salgado está acusado de 65 crimes, incluindo associação criminosa, corrupção ativa no setor privado, burla qualificada, branqueamento de capitais e fraude fiscal.
ZAP //
01-09-2021