RETORNAR ÀS NOTÍCIAS - MP suspeita que Isabel dos Santos construiu mansão no Algarve (com dinheiro do Dubai)


01-07-2020 12:11h Vários

O Ministério Público (MP) suspeita que a empresária angolana Isabel dos Santos será a proprietária de um imóvel de luxo na Quinta do Lago, no Algarve. A mansão está avaliada em mais de três milhões de euros.

De acordo com o Correio da Manhã, o imóvel de luxo no Algarve, que pertencerá à empresária angolana Isabel dos Santos, será um projeto turístico. Os investigadores do Ministério Público (MP) suspeira que a mansão terá sido edificada com parte do dinheiro transferido da Sonangol para o Dubai em 2017.

Segundo o CM, o MP suspeita ainda que a mansão será detida por Isabel dos Santos, através da sociedade offshore Burgate. A mansão terá comeado a ser construída em 2017 após ter sido constituída, em Portugal, a Burgate Properties LLC – Sucursal.

Jorge Brito Pereira, antigo advogado da empresária angolana, é o representante desta entidade. As contas da sucursal da Burgate mostram que, em 2017 e 2018, foram investidos mais de três milhões de euros na construção do imóvel.

O MP e a Polícia Judiciária fizeram buscas ao imóvel de luxo este mês no âmbito da investigação a Isabel dos Santos. Dias depois das buscas, em comunicado, a empresária angolana negou ser dona da moradia na Quinta do Lago. O comunicado referia ainda que “a empresária Isabel dos Santos e o seu marido, Sindika Dokolo, não têm propriedade alguma no Algarve”.

Em meados de junho, decorreu uma megaoperação de buscas em Lisboa, no Porto e no Algarve no âmbito do caso Luanda Leaks. As casas e escritórios de Jorge Brito Pereira foram alvo de buscas. Também o espaço da sociedade de advogados Uría Menéndez Proença de Carvalho, onde Brito Pereira trabalhava quando o caso Luanda Leaks foi revelado, também foi analisado. Depois das buscas, Brito Pereira foi constituído arguido no âmbito das investigações do Luanda Leaks.

O principal caso à volta dos Luanda Leaks está relacionado com ordens de transferência de uma conta da Sonangol no EuroBic, sediado em Lisboa, para uma empresa offshore no Dubai, alegadamente controlada por Isabel dos Santos, no montante de cerca de 90 milhões de euros, em cerca de 24 horas, num período de tempo que se seguiu à demissão da empresária da liderança da petrolífera angolana.

Isabel dos Santos foi constituída arguida, em Angola, na sequência das revelações do caso Luanda Leaks. Foram revelados, no final de janeiro mais de 715 mil ficheiros, que detalham esquemas financeiros de Isabel dos Santos e do marido, Sindika Dokolo, que terão permitido retirar dinheiro do erário público angolano, utilizando paraísos fiscais.

Isabel dos Santos tem as suas contas bancárias em Portugal arrestadas pelo Ministério Público português, que respondeu ao pedido de cooperação das autoridades judiciais angolanas, que investigam Isabel dos Santos e o alegado desvio de fundos.

 

Na semana passada, a Procuradoria-Geral da República (PGR) angolana admitiu a possibilidade de avançar, “em coordenação com as entidades judiciárias portuguesas”, para a emissão de um mandado de captura contra Isabel dos Santos.

ZAP //

29/06/2020